Cicloviagem pela Rota dos 7 lagos

Recentemente passei uma semana na região de Bariloche na Argentina. Mas não fui apenas turistar; eu fui fazer minha primeira ciclo viagem internacional com um grupo de ciclistas. Iriamos andar 250km na Patagonia, de Bariloche até San Martin de Los Andes em 5 dias pela rota 40, a rodovia que atravessa a Argetina e é uma das mais bonitas do mundo, de bicicleta.

Quem me conhece sabe que eu amo viajar e pedalar. Sempre admirei a coragem de pessoas que saem pelo mundo em uma bicicleta. No meu caso, eu também precisaria da coragem de viajar, pedalar, tendo a doença de Crohn. Assim com tudo em nossas vidas, precisamos nos adaptar para não deixar de viver e buscar nossos objetivos.

Minha Preparação

Nos últimos meses eu tenho estado bem em relação a doença tomando meus remédios, azatioprina e remicade, então me sentia confiante para realizar minha viagem. Também precisava me preparar fisicamente então passei a pedalar e fazer exercícios no mínimo 2x na semana.

Eu fui com a agência de cicloturismo NSA, que organizou toda a viagem, reservou os hoteis para ficarmos e alugou nossas bicicletas. Também havia um carro de apoio, caso alguém precisasse descansar durante o pedal. Eu gostei muito da organização da viagem e do roteiro.

Nosso Roteiro

Durante os 5 dias nós tomavamos café da manhã no hotel, saíamos para pedalar de manhã, faziamos algumas pausas para comer, tirar fotos, descansar ou agrupar o grupo de 12 pessoas. Passamos e nos hospedamos em Bariloche, Villa La Angostura e San Martin. As paisagens eram extremamente bonitas e eu não acreditava que estava pedalando na patagônia.

Não digo que foi fácil, o pedal até San Martin foi dificil pra mim. Pedalamos 70km, estava muito calor, eu estava cansado e me sentia frustado por não conseguir acompanhar o grupo perto do final. Mas me lembrei de todo meu esforço para chegar até ali, meus treinos, as pessoas que me apoiaram e arrumei forças para completar o percurso. Cheguei em San Martin chorando.

Montanha em Bariloche
Lago em Bariloche
Lago em Bariloche

Eu me senti muito feliz e grato por estar tendo essa experência, pela minha saúde me permitir pedalar 250km, por me superar, mesmo tendo a doença de Crohn. Fiz grandes amigos, conheci mais um país da América Latina, aprendi um pouco mais de espanhol. É extremamente desconfortável sair da zona de conforto. Mas acredito que nossa zona de conforto também é flexivel; se colocar fora dela também é expandi-la, assim crescemos junto com ela.