Você não precisa procurar muito pra ver a crise em que o Governo Brasileiro está passando. Está nos jornais, rádio, TV, Internet. Programas Sociais e ações do Governo não estão em risco por causa da oposição e do processo de Impeachment porque o próprio Governo deixou de investir neles desde o ano passado.

E uma das áreas afetadas é a saúde pública. Não só os portadores de Doenças Inflamatória Intestinais como também de hepatite C, Doenças Autoimunes, Alzheimer, Câncer, estão sofrendo com a falta de medicamentos nas farmácias de alto custo do SUS. Inclusive eu tive que pedir doação de mesalazina e azatioprina em grupos de apoio, desde Dezembro pra não ficar sem eles.

Era comum ir na farmácia de alto custo lotada e esperar 2h pra retirar os remédios. Hoje a espera não passa de 30min e estão quase vazias, de pessoas que chegam e são informadas logo na recepção sobre a falta do seu remédio e vão embora.

Apesar da distribuição obrigatória pelo Ministério da Saúde, não há punição no caso de falta ou atraso. Muitos pacientes estão recorrendo à Justiça, onde só então o juiz decreta uma multa caso o remédio não seja entregue.

Só no Estado de São Paulo, pelo menos 21,5 mil pessoas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, dependem desses remédios para viver ou para ter melhor qualidade de vida. Em outros Estados também está em falta, como no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Paraná, onde o tempo de espera para alguns medicamentos chegam a 4 meses.

As vacinas também estão em falta em várias cidades paulistas, como as de hepatite, DTP (tétano, difteria e coqueluche), tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e catapora), antirrábica e catapora. Estados como Goiás, Paraná e Minas também têm falta de imunizantes.

OUTRO LADO

O Ministério da Saúde afirmou que houve problemas na distribuição de remédios e vacinas e que aguarda o envio de doses por laboratórios nacionais e internacionais. A pasta negou que o desabastecimento se deva à crise econômica no país. E Em nota, disse que entregou a São Paulo 17.169 frascos de infliximab no último dia 15 de fevereiro.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, responsável pelo recebimento e distribuição dos medicamentos em São Paulo, disse que a quantidade de infliximab enviada pelo ministério é a metade do necessário para o trimestre e que a entrega também atrasou.

Questionado novamente, o Ministério da Saúde informou que a entrega do infliximab para São Paulo está sendo feita em duas remessas e que a segunda, de 16.169 frascos, ocorrerá em março.

Segundo o Ministério da Saúde, os recursos aplicados na compra de vacinas cresceu 141% em cinco anos, de R$ 1,2 bilhão em 2010 para R$ 2,9 bilhões em 2015. O ministério diz que são distribuídas cerca de 400 milhões de doses por ano para combater cerca de 20 doenças.

Consultado sobre a alegação do ministério, o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de SP) disse, em nota, que não há problema de abastecimento dos remédios citados na reportagem.

Não é o que vemos, certo? Mas independente do responsável, esperamos que a crise no país passe logo, pois os mais afetados sempre é a população.

E se você não pode comprar ou recorrer a justiça para conseguir os medicamentos, lembre de procurar ajuda nos Grupos de Apoio de DII pedindo doações, sempre tem alguém que pode ter o medicamento sobrando.

Inclusive, existe uma petição no Avaaz.org para chamar atenção Ministro da Saúde, Dr. Marcelo de Castro, por tanta gente estar sendo prejudicada pela falta de Infliximab, não deixe de assinar, Clicando aqui.

Fonte: Folha de S. Paulo